quinta-feira, 6 de março de 2014

FOREVER ALONE: A Pele que Habito (La Piel que Habito)



(Por Vivian Melo)

Mais um filme extraordinário de Pedro Almodóvar. Uma característica essencial dos filmes de Almodóvar; claro, este também possui. É que no decorrer do filme, você pensa que deduz o final possível da história, porém, ocorre uma reviravolta inimaginável. O "cinespectador" fica sem chão e totalmente atordoado com o que acabou de assistir. (Esta sensação de surpreender-se é magnífica). 

A história do filme é sobre um cirurgião plástico, Robert (Antonio Banderas) que perde a esposa. A mesma se mata, pois não aceitava ter o corpo todo desfigurado pelo fogo devido a um acidente de carro. Antes da morte da esposa, Robert fez pesquisas, experimentos para reproduzir a pele humana para transplante. 



A pele que habito é um dos filmes mais difíceis de escrever uma sinopse, pois ele é tão complexo que sempre ficará faltando algo ou algum personagem. Não é um filme linear (início, meio e fim), ele começa pelo meio da história, volta ao passado para decifrar o futuro. 

A personagem da atriz Elena Anaya (Vera) recebe a pele feita pelo Dr. Robert. Gostei muito do trabalho dessa atriz, a personagem dela é o ponto-chave do filme. Para variar, o personagem de Antonio Banderas é meio perturbado (os filmes de Almodóvar tendo Antonio Banderas no elenco, seus personagens são sempre perturbados) devido a obsessão de criar a pele perfeita. 



O que eu não gostei muito do filme foi o personagem de Eduard Fernandez, Fulgencio. Ele é o filho da empregada que trabalha na casa do Dr. Robert. Fulgencio aparece vestido de tigre devido ao carnaval. Achei meio exagerado a caracterização dele pelo papel que ele representa no filme, mas acho que isso foi de propósito.

A crítica caiu matando nesse filme, não entendi o porquê. Para mim, é um dos melhores filmes de Almodóvar (e eu assisti muitos). Só não é melhor do que Má Educação, mas isso fica para o próximo capítulo.



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