quinta-feira, 3 de abril de 2014

MOMENTO UMA MENTE BRILHANTE: Piranhas 3D e 3DD

(Por Jabs Barros)

Inaugurando nosso quadro "Uma Mente Brilhante", seria quase impossível não colocar essa grande ideia em destaque, obtida no filme "Piranhas 3D e 3DD". Como Pedro Almodóvar não pensou nisso? James Cameron precisa rever sua concepção de cinema após isso aqui. Vamos começar com o Piranhas 3D de Alexandre Aja.


Exatamente, caros leitores! Isso é um pênis sendo devorado com sal a gosto em pleno alto mar. Uma mente que pensa isso não pode NUNCA classificar esse filme como terror. Você rir mais do que toma susto. Eu falei susto? Desculpa, não se toma susto nesse filme. Mas até aí tudo bem, essas coisas acontecem, a gente não perdoa, mas entende. Tem dia que o ser humano não está bem e comete certas loucuras.
Agora repetir o não sucesso do primeiro filme é pedir a forca. Dessa vez, no Piranhas 3DD, a piranha é meio lésbica e adentra a vagina da atriz que é virgem e mal percebe, sente apenas uns incômodos. Virgem? Sei. E chega a tão sonhada primeira vez, a piranha que estava sobrevivendo sem água e sem qualquer opção de oxigênio, enraivecida com as cutucadas de um pênis, decide devorá-lo. Sim, apesar de ser lésbica, ela abocanhou um pênis.





Pra fechar com chave de ouro, gostaria de voltar ao filme de 2010, o Piranhas 3D. Eu, sinceramente, após presenciar a cena de duas piranhas brigando por um pênis, mudaria na hora o nome do filme e colocaria: PIRIGUETES 3D. D de "dar" mesmo.


Bom, finalizo aqui pensando: o que leva as pessoas a agirem desse jeito? Continuo pensando...

domingo, 30 de março de 2014

FOREVER ALONE: Enquanto Você Dorme (Mientras Duermes)



(Por Jabs Barros)

Muito foda! É assim que começo falando sobre o filme espanhol "Enquanto Você Dorme" (Mientras Duermes). Os fãs de suspense sabem do que estou falando. Há tempos não assisto a um filme assim, que te deixa angustiado e sem acreditar que alguém teria a capacidade de fazer tais ações. A cada cena você descobre algo que vai te deixando meio sem ar. Comecei assistindo sentado, depois, deitei, fui pro chão, virava pra cá e pra lá toda vez que o filme me surpreendia com algo. Tenso!

O que falar do elenco? Impecável com personagens bem definidos. O foco é o porteiro César e as demais histórias se entrelaçam com a dele criando toda a atmosfera sombria no filme. Com um roteiro bem simples, sem muito rebuscamento, você é capaz de se cativar pelo filme por sua linguagem ampla, porém de fácil digestão. A cada cena uma nova ideia é lançada a quem assiste a ponto de deixar os cabelos em pé. Até mesmo dos carecas.



Não sei se sou eu que fico besta com esses filmes, ou realmente é um dos melhores filmes de suspense que já assisti. Sempre fui fã do cinema espanhol, principalmente do estonteante/foda/máximo/genial/fabuloso Amodóvar. Vivo baixando filme espanhol e estou cada vez mais surpreso com os enredos e as atuações. O mais interessante é que nem sempre são grandes produções, porém, não deixam a desejar.

Para os suspenses e terror, eu tenho uma predileção, preciso me envolver com os personagens, sentir um pouco do que eles sentem para que sua trama me cause comoção. Filmes americanos cada vez mais se distanciam disso e preferem investir em grandes efeitos especiais a investir numa boa história. Rios de sangue gratuito nem sempre são bons aliados. Triste isso.



Essa é a diferença no filme: os detalhes. Não apenas detalhes da vida dos personagens, mas sim, os detalhes relevantes. As cenas que poderiam ser ações pequenas, sem muita importância, têm um impacto grande em quem assiste, tudo isso por estar inserida em um contexto que a engrandece. Os pontos que são utilizados nas câmeras não foram escolhidos aleatoriamente, foram inseridos para que possamos estar dentro do filme.

O interessante é que o porteiro ele não faz coisas ruins por fazer, ele tem seus motivos que, pra ele, são pertinentes. Em diversos momentos ainda conseguimos detectar algumas atitudes louváveis de escrúpulo que chega a ser engraçado diante de outras inaceitáveis. Filmes que têm alguma criança malvada sempre me atraem. Esse tem as suas cenas.



Já deu pra perceber o quanto eu curti o filme e nem preciso indicar que assistam, talvez as minhas observações não sajem suficientes para isso, mas quem não assistir ficará nessa eterna dúvida.

sábado, 8 de março de 2014

FOREVER ALONE: É o Fim (This Is The End)




(Por Amanda Gomes)

Toda vez que cito ou recomendo este filme para um amigo, tenho vontade de sair cantando Skyfall da Adele: “This is the end, hold your breath and count to ten...”, e, por este motivo, prefiro chamá-lo pelo título em português: É o fim. O filme foi dirigido, escrito e produzido por Evan Goldberg e Seth Rogen (Ligeiramente Grávidos). 

Seth Rogen, Jonah Hill (Ligeiramente Grávidos), Jay Baruchel (Menina de Ouro), Danny McBride (Pineapple Express), Craig Robinson (Pineapple Express) e James Franco (Graduado em Letras, estudou Cinema, Ficção e Poesia, Mestre em Literatura e Doutor em Língua Inglesa. Ah! Também atuou em Pinneapple Express), são nada mais nada menos do que... eles mesmos em this is the end (hold your breath and count to ten...). No filme, os rapazes enfrentam alguns acontecimentos catastróficos e precisam sobreviver.



O filme começa com Seth buscando Jay no aeroporto. Ambos são amigos de longa data e tudo o que Jay quer é aproveitar o tempo que vai passar com o amigo. Enquanto isso, James Franco está dando uma festa em sua casa repleta de famosos como Rihanna, Mindy Kaling, Michael Cera e Emma Watson. Seth convence Jay a ir à festa. Não muito a fim de ficar no ambiente, Jay sai pra comprar cigarros e presencia terremotos, luzes azuis descendo do céu e “abduzindo” algumas pessoas. Quando voltam a casa, Jay, desesperado, conta a todos o que viu e, lógico, todos acham que ele está drogado. Não demora muito até que os terremotos atinjam a casa e é aí que começa a loucura. Pessoas correndo desesperadas, pessoas morrendo, a melhor morte é a da Rihanna (ops! Você acaba de ter uma ejaculação precoce).



Este filme me pegou de surpresa, não imaginei que iria rir tanto com as idiotices dos rapazes. O fato de eles serem eles mesmos, vivendo uma situação apocalíptica, faz com que nós nos sintamos próximos deles. Já se imaginou vivendo algo do tipo? De repente tudo o que está escrito no livro do apocalipse começa a acontecer, e você percebe que não tem salvação porque achava que essa história de céu e inferno era balela e desrespeitou 30 dos 10 mandamentos. Então você só consegue pensar, “Holy shit (em inglês não é tão feio quanto em português)! A casa caiu!”. Eles também pensam assim e isso te deixa numa zona de conforto, pois você percebe que não é o único no mundo que tem medo do julgamento final.

Os rapazes já fizeram alguns trabalhos juntos e o “cinespectador” percebe o entrosamento deles em cada cena. Eles riem de si mesmos, de seus filmes, da sexualidade de James Franco, abusam de drogas e não têm pudor algum. A grande sacada foi “desnerdizar” Jay Baruchel, conhecido por interpretar muitos nerds em sua carreira. Outro que foi “desnerdizado” foi Michael Cera (Juno). Ele é simplesmente o cara mais chato da festa e suas cenas são bizarras. O pior momento do filme, pelo menos para mim, que sou mulher, foi ver Channing Tatum sendo escravo sexual de Danny McBride e puxado por uma coleira. Por outro lado a aparição de Emma Watson é hilária.



Se você é daqueles que consegue rir de qualquer besteira, este filme é uma ótima pedida. Se para você, filme bom tem que ser indicado a algum prêmio de cinema, nem perca seu tempo. Uma ótima oportunidade de ver bons jovens atores de comédia fazendo o que sabem fazer melhor... nada demais.

quinta-feira, 6 de março de 2014

FOREVER ALONE: A Pele que Habito (La Piel que Habito)



(Por Vivian Melo)

Mais um filme extraordinário de Pedro Almodóvar. Uma característica essencial dos filmes de Almodóvar; claro, este também possui. É que no decorrer do filme, você pensa que deduz o final possível da história, porém, ocorre uma reviravolta inimaginável. O "cinespectador" fica sem chão e totalmente atordoado com o que acabou de assistir. (Esta sensação de surpreender-se é magnífica). 

A história do filme é sobre um cirurgião plástico, Robert (Antonio Banderas) que perde a esposa. A mesma se mata, pois não aceitava ter o corpo todo desfigurado pelo fogo devido a um acidente de carro. Antes da morte da esposa, Robert fez pesquisas, experimentos para reproduzir a pele humana para transplante. 



A pele que habito é um dos filmes mais difíceis de escrever uma sinopse, pois ele é tão complexo que sempre ficará faltando algo ou algum personagem. Não é um filme linear (início, meio e fim), ele começa pelo meio da história, volta ao passado para decifrar o futuro. 

A personagem da atriz Elena Anaya (Vera) recebe a pele feita pelo Dr. Robert. Gostei muito do trabalho dessa atriz, a personagem dela é o ponto-chave do filme. Para variar, o personagem de Antonio Banderas é meio perturbado (os filmes de Almodóvar tendo Antonio Banderas no elenco, seus personagens são sempre perturbados) devido a obsessão de criar a pele perfeita. 



O que eu não gostei muito do filme foi o personagem de Eduard Fernandez, Fulgencio. Ele é o filho da empregada que trabalha na casa do Dr. Robert. Fulgencio aparece vestido de tigre devido ao carnaval. Achei meio exagerado a caracterização dele pelo papel que ele representa no filme, mas acho que isso foi de propósito.

A crítica caiu matando nesse filme, não entendi o porquê. Para mim, é um dos melhores filmes de Almodóvar (e eu assisti muitos). Só não é melhor do que Má Educação, mas isso fica para o próximo capítulo.



quarta-feira, 5 de março de 2014

FOREVER ALONE: Robocop



(Por Amanda Gomes)

Meus amigos próximos sabem que sou fã de carteirinha dos anos 80, adoro as músicas, as roupas (não as usaria, claro) e principalmente os filmes. E quem não assistiu a qualquer filme dessa década na sessão da tarde ou no cinema em casa, não sabe o que é ser feliz. Bom, neste contexto, posso garantir que fui imensamente feliz, se é que vocês me entendem. Essa enrolação toda foi pra dizer o contrário do que todos estão esperando... Não, eu não assisti RoboCop. Como assim? Calma, eu posso explicar... Siga a seta –>

Na década de 90, já que eu era muito pequena no fim da década de 80, eu, criança inocente, me deparei com um filme extremamente violento e com um herói altamente estranho: um policial feio que, exercendo sua função de lutar contra o crime, é brutalmente assassinado, vira um robô que se movimenta e fala de modo estranho, sai atirando com uma arma cujas munições nunca acabam, e pior, fica mais feio ainda. Naquela época tinha Robocop de tudo quanto é forma, filmes, série de tv, jogos e até desenho animado. Mas, eu simplesmente ignorei este “rapaz”.


27 anos da primeira aparição do “Policial do Futuro”, é lançado Robocop, só que com a direção de um brasileiro, José Padilha. O contexto é basicamente o mesmo, num futuro (qualquer, para o 1º filme, e 2028, para o 2º), a cidade de Detroit está tomada pelo crime. Em meio a isso, o policial Alex Murphy é ferido (ou morto, depende do filme), salvo pela OmniCorp, que usa sua ciência robótica para tal, e se transforma num ciborgue responsável por combater o crime e blá, blá, blá.

Bem, não poderia falar sobre o RoboCop de Padilha, sem assistir (agora sem medo) o RoboCop de Verhoeven. Em épocas diferentes, os problemas sociais e políticos retratados são um pouco diferentes. Se em 1987 tínhamos um EUA futurístico, sem tv’s de plasma, smartphones e ultrabooks, à beira de um colapso e incapaz de promover a segurança pública sem a participação de instituições privadas, em 2014 temos um EUA, pós 11 de setembro, soberano, tecnológico e globalizado. 

Verhoeven abusa da violência e frieza, a cena da execução de Murphy, por exemplo, é revoltante. Quando Murphy se torna RoboCop, sua humanidade desaparece completamente, até o momento que encontra sua antiga parceira, Anne Lewis. Esse encontro faz com que parte de suas lembranças sejam recobradas, desencadeando uma série de eventos através dos quais se desenrola o filme. 



O RoboCop de Padilha é caveira! Com direito a uniforme do BOPE e tudo. Brincadeiras a parte, as histórias são semelhantes. Poderia até dizer que Padilha, que também escreveu o roteiro de Tropa de Elite, se inspirou em RoboCop para construir o Tropa e não o contrário. Diferentemente do de Verhoeven, a família de Murphy é muito presente, o que torna a primeira metade do filme muito cruel. Ele não morre, e a decisão de torná-lo um ciborgue fica nas mãos de sua esposa.

A mídia é muito presente nos dois filmes. Mas no RoboCop do futuro, a mídia é extremamente tendenciosa. Tão comum no nosso dia-a-dia, não? Samuel L. Jackson é Pat Novak, apresentador do The Novak Element e defende veementemente o uso de robôs no controle do crime. Os robôs já representam os EUA nas guerras ao redor do mundo, por que não combater a guerra contra o crime dentro de casa? Mas é mais fácil convencer as pessoas de que isso é positivo se o robô se parecer com um humano, com sentimentos humanos como compaixão. 



Ambos os filmes são excelentes, cada um no seu quadrado. Se você é fã do RoboCop de 87, há 90% de chance de você não curtir o novo. Se você é fã de Tropa de Elite, há 90% de chance de você curtir o RoboCop versão 2014. Ambos trazem críticas sociais e políticas capazes de gerar momentos de reflexão, mas uma coisa eu garanto, assistir RoboCop com os efeitos especiais de hoje, não tem preço.

O Globo Gira. Não Houve Trapaça?


terça-feira, 4 de março de 2014

FOREVER ALONE: Antisocial



(Por Jabs Barros)

Eu poderia considerar o filme ruim, mas é preciso muitos pontos negativos para eu fazer isso. Apesar de fraco, o filme tem uma mensagem muito forte e, por mais que muitos falem mal, o filme tem pontos relevantes. Não são poucos os filmes que falam sobre redes sociais, da perda de tempo e da falta de convívio social que elas podem trazer à vida das pessoas. Entretanto, esse filme traz uma abordagem bastante diferente para o tema.

"A vida privada é de conhecimento público". Uma das grandes frases de efeito do filme. Expor-se demais é algo que nem sempre surte um efeito positivo, todos sabem, mas as pessoas têm extrema necessidade em mostrar-se ao mundo. Antisocial (título original), (os atentos à nova ortografia, ao traduzir, escrevam "antissocial"), é um filme de terror que mostra como agem as redes sociais na vida das pessoas, como se fossem um "prolongamento" de nosso corpo, de nossa mente.

Achar que o diretor cometeu excesso é um ponto de vista. Posso até concordar, mas acredito que tudo foi de propósito, bem como a escolha do gênero. Famílias, amigos, colegas de trabalho durante vários momentos no dia a dia, todos conectados, ao invés de conversarem entre si, os novos celulares à mão é a melhor companhia. Eu não vi gênero melhor. Isso é terrível. É um terror. Criar um mecanismo para descobrir o que as pessoas mais gostam e o que faria elas ficarem mais tempo conectadas, é a busca incessante dessas redes. Nada como criar um vírus que atinja a região do cérebro responsável por essa dependência às redes. É meio louco, mas é bem pertinente.

Para que eu me sinta parte do mundo é necessário que eu esteja conectado. Tudo o que faço as pessoas precisam ter conhecimento em tempo real, caso contrário, eu não fiz ou não aconteceu. Por mais bizarra que seja essa nova leva de zumbis, temos que dar o braço a torcer que foi algo original. Tudo diferente do que existe por aí. A humanidade perdeu o senso do contato físico, cara a cara, e o fato de não se ter uma rede social, significa que não se pode manter algum tipo de contato. Em um determinado momento do filme, uma das personagens nem consegue entender como isso é possível.



(SPOILERS)

O ponto mais "sem noção" e mais importante do filme, pra mim, é o momento em que eles percebem que os olhos dos mortos são, ao vivo, suas páginas sociais, como se fossem câmeras. As pessoas não veem mais o mundo com os seus olhos, com suas vontades, mas sim, com os olhos que as pessoas irão te analisar. A forma como estarei nas redes sociais é a mais importante, o que nem sempre condiz com quem eu sou, mas o que me transformei.

E, claro, teve o momentinho "broxada" do filme. Acredito que ninguém enfiaria uma furadeira na própria testa e não diria, pelo menos, um "ai". Pois é, nossa guerreira heroína do filme conseguiu essa façanha. Nem doeu. Outra merecem destaque como, por exemplo, a gravidez da personagem principal que não teve conexão com o enrendo. Bem como o final que quase pareceu com "Resident Evil" numa versão paupérrima.

No mais, acredito que pelos motivos supracitados o filme já merece ser assistido, por mais tosco que seja, isso não significa que ele não mereça a nossa atenção. As atuações não são tão ruins assim, já vi filmes tido como bons titubear nessa parte. As locações não são muitas, quase tudo se passa em uma casa, mas foi bem escolhida. Como eu disse, poderia ter sido melhor, pois a ideia é nova, viaja demais na maconha, mas não é ruim. Talvez outro diretor trouxesse uma beleza diferente ao filme. Mesmo assim, ele tem meu "like".