segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

FOREVER ALONE: A Mulher Invisível



(Por Jabs Barros)

A Mulher Invisível é um filme que consigo rir muito, porém, não gostei muito. Meio contraditório, mas posso explicar. O ato de rir de algo, nada tem a ver com o fato de gostar. Eu posso rir de uma queda, de alguém com o penteado feio, maquiagem de palhaço... enfim. Quando vi a sinopse, pensei: "esse filme me fará rir muito (Selton Mello no elenco)  e terá um final interessante (Roteiro de Cláudio Torres, filho de Fernanda Montenegro e, obviamente, irmão de Fernanda Torres"). Estava errado.

Luana Piovani não consegue me convencer em seus trabalhos, mas confesso que a personagem até que combinou com ela. Selton Mello é o nosso Jim Carrey brasileiro nas comédias, mas que também consegue nos emocionar (Vide "O Palhaço"). Nem sempre ele acerta nas companhias para seus filmes (vide também "Billi Pig"). A Mulher Invisível é, pra mim, o tipo de filme que você quer fazer um "remake". Você não consegue aceitar a forma como uma ideia comum, mas interessante, pôde ficar comum e mal encaixada ou finalizada de forma muito óbvia.

Começo falando de Maria Manoella, uma ótima atriz que merecia um destaque bem, mas bem maior mesmo que Luana Piovani. O filme tem o foco em cima da história de Pedro e Amanda, mas você torce o tempo inteiro pra que o foco seja "a vizinha" Vitória.

O filme poderia ter sido mais interessante se abordasse "A Mulher Invisível" de uma forma que o telespectador tivesse dúvidas sobre quem realmente fosse. Mas de cara, é óbvio que essa é a Luana Piovani, já tira uma parte da graça. E depois, mesmo após revelar quem seria ela, ele poderia mudar a conotação do filme, A Mulher Invísível seria a própria vizinha que nunca foi observada pelo mesmo, sempre foi a verdadeira MULHER INVISÍVEL. Real, mas que nunca fora notada. "Ah, mas eu acredito que o filme queria mesmo mostrar isso". Sério? Não percebi, devo ser bem lerdo. A única coisa que percebia era o filme querendo puxar os holofotes para LU PIO o tempo todo.



Em alguns momentos eles até tentam encaminhar para esse lado mais dúbio da história, mas logo se perde em seu próprio emaranhado. Há bons conflitos de relacionamento. O filme mostra de forma engraçada a realidade de muitos casais, usando algumas frases de efeito, já outras bem machistas, porém, não menos engraçadas. Acredito que o roteirista que é o diretor e o grande faz tudo do filme se envolve demais, sua ideia fica bem limitada. Às vezes faz bem uma segunda opinião. Pode ter sido nesse ponto que o filme tenha perdido suas possibilidades de encantar o público.

É fato que o cinema brasileiro melhorou e muito os últimos anos, mas também é fato  que a montagem e edição dos filmes ainda pecam muito. Onde está o interesse em fazer o telespectador se surpreender com ideias e reviravoltas inesperadas? Apenas eu gosto de ser enganado nas tramas dos filmes? Creio que não. Não achei o filme ruim, mas não gostei muito, porque é triste quando você quer mudar algo por não achar coerente ou muito óbvio. Mesmo assim daria uma boa nota, mas não é um filme que eu gostaria de assistir de novo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

FOREVER ALONE: O Sistema (The East)



(Por Vivian Melo)

"Olho por olho, dente por dente" - Código de Hamurábi.

Um grupo de "rebeldes" começam a se vingar das megaempresas que violam leis, ocasionando perigo à população e/ou ao próprio planeta. Uma indústria farmacêutica fornece um antibiótico que causas sérios efeitos colaterais não relatados na bula. Como consequência, pessoas que tomam o remédio ficam com sequelas cerebrais entre outras coisas. Este grupo entra disfarçado numa festa privada com todos os funcionários de alto escalão, coloca o remédio em todas taças de champanhe e todos tomam. Eles filmam tudo e postam na internet, fazendo um desafio: se realmente o remédio não causam essas sequelas, ninguém da festa ficará doente. Porém, uma pessoa fica. A empresa é multada e o remédio é tirado de circulação. 

Observando o poder que o grupo tem, os empresários contratam uma empresa de espionagem para descobrir tudo sobre o grupo e pará-los. Sarah Moss (Brit Marling) é designada para este serviço. Ela consegue ser aceita e se torna um componente do grupo. Ela realizará sua missão ou se renderá as causas do grupo?

A ideia do filme não é inovadora, abordar grupos/sociedades secretas com sede de justiça. O que o diferencia é a atitude do grupo em agir de forma inteligente, chamando a atenção de todos e dando uma solução imediata para o problema, fazendo os culpados assumirem os seus erros e mostrando que eles sabiam o que estava acontecendo, mas só visavam o lucro.



O desalento está no jeito que o grupo é abordado, como se fosse uma seita de um bando de loucos, sem fundamentos ou objetivos, constituídos por pessoas que não tinham nada de melhor para fazer e resolveram criar o grupo. Mas os participantes são muito conscientes e se importam com o que acontece no mundo.

No filme tem críticas a sociedade; a maneira que nos comportamos (passivamente) aos absurdos; a falta de respeito à natureza, aos humanos mais necessitados, à vida. O filme é bom, ele nos faz refletir sobre tudo que foi citado anteriormente. A história foi bem relatada e fácil de compreender, sem vazios. O elenco do filme é plausível, tem Ellen Page, Brit Marling, Alexander Skarsgard, Patricia Clarkson, etc. Todos conseguiram interpretar o que o seu personagem exigiu. 

Enjoy!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

FULERAGENS: Ninfomaníaca (The Nymphomaniac)


CINE MÉNAGE: Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire)



(Por Jabs Barros)

Devo começar falando que o filme é uma adaptação de um livro, que por esse fato já desperta o interesse de muitos. Todo mundo é crítico de filme que foi baseado em um livro e quase sua totalidade de observações apenas frisam que: "Gostei do livro. Do filme não". Uma vez que os suportes para se contar uma história são diferentes, as observações e a forma como ela será contada também será diferente. Nunca esperem ver no cinema o deslumbre que você imaginou, com sua mente fértil, ao ler o livro. Ponha menos adubo, vá com menos expectativa e conseguirá ver com bons olhos o que o diretor tentou focar.

Porém, essa obervações negativas não colam muito nesse filme. A maioria das pessoas que leram o livro, conseguem também gostar do filme, concordando que o direcionamento foi bem aplicado nos dois suportes. Eu, particularmente, sou muito fã do filme, está em minha lista de filmes de vampiros como o segundo melhor, pois o primeiro é "Drácula de Bram Stoker". O motivo? Francis Ford Coppola consegue utilizar grandes recursos de imagem para mostrar batalha e situações de suspense que dão um toque mais sombrio ao filme. Sem falar que o enredo é bem mais complexo e bem aplicado em cenários que levam o telespectador a viajar naquela época.

Entrevista Com o Vampiro é um filme que fala sobre perdas, solidão e medo do futuro. Tudo muito bem representado pela fantástica interpretação doa atores que dão vida de forma magnífica a seus personagens. Desde os principais, aos coadjuvantes. Todos impecáveis. Tudo característica humana, porém, mostradas com vampiros. O homem nasce e, ao longo de sua vida, precisa tomar muita decições. A maioria delas não estão de acordo com seus prazeres, e sim, com a convenção social de que as pessoas precisam se enquadrar. Perdemos coisas, pessoas, muitas vezes estamos sozinhos, mesmo rodeado de pessoas, mas sozinhos para tomar decisões difíceis, pois tudo o que fazemos hoje são incertezas do que virá amanhã.

Os novos filmes de vampiros tentam sempre trazer algo novo para o gênero, porém, a aceitação pelos apreciadores mais antigos não são as melhores. Vampiro que é vampiro desintegra, vira cinza em contato com os raios do sol, não brilha. As novas gerações são as que mais apoiam essas novidades. Esse filme já traz algumas novidades com relação a crucifixos, estacas... mesmo assim não perde a sua beleza vampiresca que faz dele um dos melhores de todos os tempos.

Uma cena impressionante e que vale a pena frisar, é o momento em que Lestat transforma Louis em vampiro. Ele escolhe um homem que havia perdido bens e pessoas, um homem que já não se conhecia e não se sentia parte daquele mundo para tranformar em vampiro, para dar uma nova oportunidade. Após a tranformação, a primeira coisa que Lestat pede é que Louis olhe com seus olhos de vampiro. Um novo olhar, uma nova perspectiva sobre as coisas. É a busca humana. É querer descobrir novas formas de se viver, sair da rotina. É trazer inovação para o seu dia a dia e descobrir novos motivos sempre. Mas será que isso é bom? Para os homens, talvez. A vida é curta e tudo tem que ser bastante aproveitado. E para quem vive eternamente? O novo é a mudança, mas logo depois vem a perpetuação da mesmice. Aí advém os problemas. Por mais benéfica que seja uma escolha, novas escolhas, novos caminhos virão e nem sempre são os mais agradáveis. Louis agora precisaria matar pessoas, por mais árduo que seja, era um mal necessário. Instintivo.

As pessoas procuram fingir sobre si mesmas. Mostrar aos outros o que não são, mas o que eles querem que elas sejam. Isso fica evidente em um diálogo onde Louis diz que os escravos sabem sobre eles, pois veem eles comendo em pratos e copos vazios. Uma prática que eles fazem apenas para manter a tradição de estar todos à mesa. Uma cena parecida pode ser percebida em uma série americana chamada "In The Flash". Um filho tenta retornar à sua vida após se tranformar em um zumbi, toma remédios que tira todo o seu instinto selvagem, mas que não o fará voltar a comer frutas ou verduras. Mas ele senta à mesa e finge comer apenas para agradar aos pais. É típico do homem viver em prol dos outros.

Ponto alto do filme, na minha humilde opinião, é a passagem da garotinha Cláudia. Ela mostra que a maturidade está além de mudanças físicas. Uma adulta condenada a viver por toda a eternidade em um corpo de criança. Todos os questionamentos de uma criança ao atingir a puberdade não estão presentes, porque as mudanças no corpo não existem. Ou seja, tudo é inverso. Eu não quero saber o porquê de ter menstruado ou adquirido seios, eu quero saber o porquê disso não acontecer comigo. E as reviravoltas são as mais impressionantes em torno do tema. Porque é nela que a busca pela descoberta de si mesmo está mais focada quando todos vão ao "novo mundo" em busca dessas respostas. É quando entra Armand, Antônio Banderas.

Paro por aqui, pois o filme ainda tem tanta coisa pra mostrar e na metade dele eu ja tenho informações suficientes para mostrar que esse será eternamente um clássico que merece um espaço em nossos arquivos de filmes.



(Por Vivian Melo)

Este filme é baseado em um livro de mesmo título de uma escritora americana, Anne Rice, e a mesma escreveu o roteiro. Não li o livro, então não haverá comparações, só estou observando o filme. O filme é sensacional. Aborda a crise interna ou existencial, os "porquês" da vida de um vampiro. Uma semelhança ou puramente igual aos "porquês" dos seres humanos. 

O personagem principal chama-se Louis, interpretado pelo ator Brad Pitt, perde sua mulher devido a complicações no parto. Ele fica totalmente perdido e sem vontade de viver. Então, notando essa descrença na vida, o vampiro Lestat (Tom Cruise) oferece uma escolha, a morte ou a transformação. Louis escolhe a transformação. (Nessa parte do filme, o espectador se pergunta: Por que ele escolheu a transformação se o seu desejo era a morte?)

Depois da escolha feita, Louis é transformado em vampiro e se arrepende. Não quer se alimentar de humanos, fica lutando contra a sua própria natureza. Procura sobre a origem dos vampiros, quem os criou, se são diabólicos ou divinos. Sempre em busca de respostas que não terá. "você reflete a decepção, um vampiro com alma humana" (Armand, o vampiro mais velho do mundo, fala para Louis).

É excitante, contagiante ver um filme com uma ótima estória, mostrando os vampiros de forma tradicional, com cenários obscuros e a forma de "caça" dos vampiros, sendo realizada pelo uso do poder, do seu status na sociedade e da sua sensualidade para atrair as "presas".

A melhor atuação de Kirsten Dunst e de Tom Cruise que eu já assisti. Tom Cruise interpreta um personagem sarcástico, egocêntrico, instintivo... Um vampiro clássico. Kirsten interpreta uma criança vampira que questiona o porquê de não se tornar uma mulher adulta, de não ser uma pessoa normal. 

O momento êxtase do filme é a música "Sympathy For The Devil" do Rolling Stone tocada pelo Guns N' roses. A música é perfeita para o filme, foram feitos um para o outro.

Enjoy!



(Por Amanda Gomes)

Crepúsculo é um filme baseado num livro... Ops! Filme errado. Antes que eu seja criticada pelos fãs de Entrevista com o Vampiro e seguida por centenas de adolescentes fãs da tão melosa saga... NÃO, definitivamente NÃO, estou comparando os dois. Mas tenho certeza que em algum momento, enquanto estava criando seus vampiros que, diga-se de passagem, não mordem ou sugam, Stephenie Meyer pensou em Entrevista com o Vampiro. 

O que quis dizer com toda essa introdução é que este filme marcou o cinema no que diz respeito a estes seres. Vampiros são seres mitológicos que se alimentam da vida dos seres vivos, através do sangue, Desde o inicio do cinema, filmes sobre esses seres veem sendo produzido, Nosferatu de 1922 já contava a história desses seres. Tá, mas onde é que entra a historia de ser “um marco na história do cinema”? Simples, se antes a maioria dos filmes retratava os vampiros como seres horripilantes, quase zumbis, depois de entrevista com o vampiro, estes seres se tornaram atraentes, sociáveis e desejáveis. 

Isso foi acentuado pela presença de Tom Cruise, Brad Pitt e Antônio Banderas. Cara, eu tinha uns 10 anos quando assisti esse filme pela primeira vez e a única coisa que consigo me lembrar é como eu achava eles lindos e sensuais.
Foco... foco... foco...

Embora se passe, em grande parte, no século 18, a entrevista é no final do século 19. A cena inicial do filme é bem clássica de filmes dos anos 90, pessoas caminhando na rua, encostadas nas paredes dos prédios, atravessando faixas, fumando e loucos falando sozinhos. O que diferencia essa cena de um filme para outro é o horário, se o dia está claro ou se é noite, e a trilha sonora.

Bom, o filme conta a historia de Louis, um vampiro criado por Lestart. Se por um lado Lestart acredita que deu a “vida” a Louis, este acredita estar condenado ao inferno e vive uma crise existencial de recém-criado, muito retratada nos filmes e séries sobre vampiros deste século. O “piti” de Louis dura o primeiro terço do filme e nos da a oportunidade de ver uma das melhores interpretações de Tom Cruise que chega a babar de tanto ódio em um acesso de raiva.

Embora Lestart não tenha escrúpulos e seja extremamente egoísta, aparentemente ele cria Louis visando ocupar uma pequena lacuna em sua existência sem sentido. Ele quer ensinar, dar a alguém a oportunidade que ele não teve, de aprender a viver como vampiro. Cria um vampiro para se satisfizer, porém se sente extremamente frustrado quando percebe que seu novo amigo não quer beber sangue humano e se alimenta de animais.

Em uma atitude desesperada, cria Claudia, uma menininha para compor a família feliz de vampiros e dar sentido a vida de Louis. Kristen Dunst criança, que é mil vezes melhor que a Kristen Stewart adulta (juro solenemente que vou parar de mencionar crepúsculo quer seja direta ou indiretamente), dá um show de interpretação como a vampirinha maliciosa e ardilosa que se torna, 30 anos depois, a perdição de Lestart.

O filme é um ótimo manual para aqueles que querem fazer filmes sobre vampiros de verdade, que se alimentam de sangue de seres humanos, que são cruéis, dormem em caixões e queimam no sol, para os vampiros contemporâneos, que querem sobreviver na cidade aprender a se comportar sem ser identificados, para as adolescentes que estão esperando um vampiro cruzar seu caminho e se apaixonar (só que não mesmo!), e uma ótima diversão para as pessoas normais que curtem filmes de qualidade.



FOREVER ALONE: Assunto de Meninas (Lost and Delirious)



(Por Amanda Gomes)


“Farei uma cabana de salgueiro em teu portão. E meu espírito entrará em tua morada. Comporei canções de um amor proibido... e cantarei insistentemente até mesmo na calada da noite. Gritarei teu nome, para que as colinas ressoem... e transformem o balbuciar do vento em um grito: Victoria!”



Lost and Delirious é um filme canadense de 2001 que conta com, as ainda novinhas, Mischa Barton (só me lembro dela em The O.C.), Piper Perabo, que na época era conhecida pelo filme Show Bar, e Emily VanCamp, da série Everwood. O filme conta a história, de Mouse, Tori e Paulie. Mouse (Mischa Barton) é levada por seu pai e sua madrasta para um colégio interno onde conhece Tori (Jéssica Paré) e Paulie (Piper Perabo). E embora, a principio, Mouse se sinta um tanto confusa com relação ao nível de intimidade de suas colegas, as três criam fortes laços de amizade. 



Quando vi na legenda o nome dado em português ao filme “Assunto de meninas”, imaginei que este era mais um filme de menininhas falando de garotos, roupas, cabelos, bailes e popularidade, além do mais, na época, as atrizes tinham rostinhos que cabia direitinho na capa de qualquer revista adolescente. E minha suspeita parecia confirmada quando, logo no inicio do filme, nos é apresentada a narradora-personagem Mary, a menina inocente que perdeu a mãe e está se sentindo “...um rato cinza indo direto para a boca do gato” .





Enganei-me completamente. À medida que os minutos vão passando, você se dá conta de que o filme não é nada disso, ele sequer faz menção a qualquer assunto comum de menina. O telespectador vai se deparar com conflitos adolescentes, romances e rejeição. No entanto não sabia dizer se os romances surgem em meio aos conflitos resultantes da rejeição ou se os conflitos surgem por medo da rejeição resultante do romance. Mero ato de rebeldia adolescente ou amor verdadeiro? 



É perceptível, com o decorrer do filme, que a narradora personagem está lá para ser o mar tranquilo por baixo do tsunami, com quem o telespectador “normal” se identificará. No tsunami, encontramos Paulie, a rebelde e loucamente apaixonada, e Tori, a garota perdida de uma família perfeita para os padrões americanos. Esta se sente obrigada a abandonar seu grande amor por medo de perder sua família.



Muitos filmes tratam homossexualidade como algo alegórico e unicamente sexual. Lost and Delirious é um filme sobre homossexualidade, e, esses filmes são, na maioria das vezes, cruéis e dramáticos. A adolescência é uma fase extremamente difícil, e é mais difícil ainda quando vem acompanhada de amor, amor proibido e amor proibido perdido “...Devo permanecer nesse mundo estúpido que, sem você, não valerá mais que uma pocilga?” 



Se pudesse definir este filme com três palavras, diria que ele é intenso, cruel e épico. Com uma trilha sonora incrível, mesmo sem ter uma trilha sonora lançada, foto de Ernesto "Che" Guevara na parede de Paulie, e citações de Shakespeare, traduzindo em palavras bonitas os sentimentos das personagens, Lost and Delirious é mais que um filme, é uma obra de arte. 



Não posso finalizar sem comentar o que, pra mim, é o melhor momento filme, onde Mouse explica os sentimentos de Lady Macbeth, personagem de Shakespeare. Segundo Mouse, Macbeth quer criar coragem, fazer o deve ser feito, mas tem sentimentos e se importa. Macbeth queria ser como os homens, pois eles não se importam. Talvez, o título em português traduza o sentido real do filme, afinal, quem nunca, numa roda de meninas, desejou ser homem e não sentir nada?


FOREVER ALONE: À Beira do Abismo (The Big Sleep)




(Por Jabs Barros)



O filme é ótimo pra quem busca diversão e um bom momento de lazer. Cheio de mistérios onde os cadeados vão se abrindo ao longo da trama, mas sem pressa. O suficiente pra te deixar aguçado e tentar descobrir todo o suspense antes que tudo seja revelado. A linguagem é leve e interessante a todas as tribos. Os atores são bons, apesar que o filme não exige muita coisa deles, cenas bem habituais.



O ponto alto do filme, na minha opinião, é a crítica (batida), mas feita de forma irreverente aos meios de comunicação, mais precisamente à imprensa. Bem como ao comodismo humano e a banalização da vida humana que já foi mostrada em diversos filmes como "O Show de Truman", "Ao Vivo", e muitos outros.



As pessoas vibram quando percebem que haverá uma morte. Largam seus afazeres para descobrir o próximo capítulo daquela novela real que pode ter um final feliz e sem graça, ou um final triste e com muita emoção.



Uma das personagens do filme é uma jornalista que em uma de suas poucas falas diz mais ou menos assim, a respeito do personagem principal que deseja cometer suicídio: "Será que ele é vítima de alguma ex ou da bolsa de valores?" (Mais ou menos isso, não lembro bem). Um homem está prestes a pular de um prédio e ela ainda tem tempo pra fazer piadas. Sem falar na preocupação com a sua imagem em rede nacional, no tocante à sua maquiagem.





Outra cena bastante engraçada é quando o helicóptero da emissora de TV chega perto do suicida, quase derrubando o mesmo. A polícia, todas as autoridades não podiam chegar perto, pois estava acontecendo uma negociação para a desistência do suicídio. Mesmo assim, a imprensa quase derruba o suicida pra fazer um furo de reportagem.



Isso mostra que o nível de intromissão nos problemas mundiais não tem limite partindo da imprensa. Ela muitas vezes pode atrapalhar o andamento do fluxo normal das coisas. Criada para informar, bem como entreter, hoje, o entretenimento que a imprensa traz é com as desgraças. Quanto mais desgraças, mais as pessoas vibram e dão audiência.



Quem desejar descobrir tudo sobre o filme, não se arrependerá. Pode assistir. Não é a melhor coisa do mundo, mas você não terá sentimento de que seu tempo foi perdido.



Bom filme!

FOREVER ALONE: Amor aos Pedaços (Love & Sex)



(Por Vivian Melo)

Pelo título em português, pensamos que será mais um filme de comédia romântica, sem graça ou sem inteligência, onde o amor resolve tudo e nada o abala, só mais um filme meloso. Porém, trata-se de um filme sarcástico, bem elaborado e transmite o seu ponto de vista maravilhosamente.

O filme relata os relacionamentos de uma jornalista, interpretada pela atriz Famke Janssen, pois a mesma tem que escrever um artigo sobre as diferenças entre o amor e o sexo. No desenrolar do filme acontece "feed backs", mostrando os casos amorosos da personagem. Isso mostra a versatilidade da atriz, onde ela interpreta sua personagem nas fases de adolescente, universitária e adulta.

A diferença desse filme para os "clássicos" de comédia romântica é a forma de revelar um relacionamento o mais real possível, sem ilusões, sem príncipe encantado. Por exemplo: a  primeira vez da personagem não é romântica, não existe "o momento especial". Além de mostrar o desgaste de um relacionamento normal, um não aguentar o outro devido à convivência.

O momento mais fofo do filme é quando a jornalista está com o seu namorado na cama prontos para dormir. A mesma solta um pum e ele acha a coisa mais fofa, tipo: "seu primeiro pum, que bonitinho".

Simpatizei bastante com o filme porque ele segue um caminho contrário do gênero romântico, mesmo assim trata-se de um romance. Enquanto alguns filmes românticos idealizam o conto de fadas, o amor absoluto, a perfeição do par; esse, mostra simplesmente a normalidade de um relacionamento amoroso de uma forma bem engraçada.



Uma curiosidade: esse filme terá um final feliz!? (depende da sua realidade)

Enjoy!