(Por Jabs Barros)
A Mulher Invisível é um filme que consigo rir muito, porém, não gostei muito. Meio contraditório, mas posso explicar. O ato de rir de algo, nada tem a ver com o fato de gostar. Eu posso rir de uma queda, de alguém com o penteado feio, maquiagem de palhaço... enfim. Quando vi a sinopse, pensei: "esse filme me fará rir muito (Selton Mello no elenco) e terá um final interessante (Roteiro de Cláudio Torres, filho de Fernanda Montenegro e, obviamente, irmão de Fernanda Torres"). Estava errado.
Luana Piovani não consegue me convencer em seus trabalhos, mas confesso que a personagem até que combinou com ela. Selton Mello é o nosso Jim Carrey brasileiro nas comédias, mas que também consegue nos emocionar (Vide "O Palhaço"). Nem sempre ele acerta nas companhias para seus filmes (vide também "Billi Pig"). A Mulher Invisível é, pra mim, o tipo de filme que você quer fazer um "remake". Você não consegue aceitar a forma como uma ideia comum, mas interessante, pôde ficar comum e mal encaixada ou finalizada de forma muito óbvia.
Começo falando de Maria Manoella, uma ótima atriz que merecia um destaque bem, mas bem maior mesmo que Luana Piovani. O filme tem o foco em cima da história de Pedro e Amanda, mas você torce o tempo inteiro pra que o foco seja "a vizinha" Vitória.
O filme poderia ter sido mais interessante se abordasse "A Mulher Invisível" de uma forma que o telespectador tivesse dúvidas sobre quem realmente fosse. Mas de cara, é óbvio que essa é a Luana Piovani, já tira uma parte da graça. E depois, mesmo após revelar quem seria ela, ele poderia mudar a conotação do filme, A Mulher Invísível seria a própria vizinha que nunca foi observada pelo mesmo, sempre foi a verdadeira MULHER INVISÍVEL. Real, mas que nunca fora notada. "Ah, mas eu acredito que o filme queria mesmo mostrar isso". Sério? Não percebi, devo ser bem lerdo. A única coisa que percebia era o filme querendo puxar os holofotes para LU PIO o tempo todo.
Em alguns momentos eles até tentam encaminhar para esse lado mais dúbio da história, mas logo se perde em seu próprio emaranhado. Há bons conflitos de relacionamento. O filme mostra de forma engraçada a realidade de muitos casais, usando algumas frases de efeito, já outras bem machistas, porém, não menos engraçadas. Acredito que o roteirista que é o diretor e o grande faz tudo do filme se envolve demais, sua ideia fica bem limitada. Às vezes faz bem uma segunda opinião. Pode ter sido nesse ponto que o filme tenha perdido suas possibilidades de encantar o público.
É fato que o cinema brasileiro melhorou e muito os últimos anos, mas também é fato que a montagem e edição dos filmes ainda pecam muito. Onde está o interesse em fazer o telespectador se surpreender com ideias e reviravoltas inesperadas? Apenas eu gosto de ser enganado nas tramas dos filmes? Creio que não. Não achei o filme ruim, mas não gostei muito, porque é triste quando você quer mudar algo por não achar coerente ou muito óbvio. Mesmo assim daria uma boa nota, mas não é um filme que eu gostaria de assistir de novo.
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