quinta-feira, 3 de abril de 2014

MOMENTO UMA MENTE BRILHANTE: Piranhas 3D e 3DD

(Por Jabs Barros)

Inaugurando nosso quadro "Uma Mente Brilhante", seria quase impossível não colocar essa grande ideia em destaque, obtida no filme "Piranhas 3D e 3DD". Como Pedro Almodóvar não pensou nisso? James Cameron precisa rever sua concepção de cinema após isso aqui. Vamos começar com o Piranhas 3D de Alexandre Aja.


Exatamente, caros leitores! Isso é um pênis sendo devorado com sal a gosto em pleno alto mar. Uma mente que pensa isso não pode NUNCA classificar esse filme como terror. Você rir mais do que toma susto. Eu falei susto? Desculpa, não se toma susto nesse filme. Mas até aí tudo bem, essas coisas acontecem, a gente não perdoa, mas entende. Tem dia que o ser humano não está bem e comete certas loucuras.
Agora repetir o não sucesso do primeiro filme é pedir a forca. Dessa vez, no Piranhas 3DD, a piranha é meio lésbica e adentra a vagina da atriz que é virgem e mal percebe, sente apenas uns incômodos. Virgem? Sei. E chega a tão sonhada primeira vez, a piranha que estava sobrevivendo sem água e sem qualquer opção de oxigênio, enraivecida com as cutucadas de um pênis, decide devorá-lo. Sim, apesar de ser lésbica, ela abocanhou um pênis.





Pra fechar com chave de ouro, gostaria de voltar ao filme de 2010, o Piranhas 3D. Eu, sinceramente, após presenciar a cena de duas piranhas brigando por um pênis, mudaria na hora o nome do filme e colocaria: PIRIGUETES 3D. D de "dar" mesmo.


Bom, finalizo aqui pensando: o que leva as pessoas a agirem desse jeito? Continuo pensando...

domingo, 30 de março de 2014

FOREVER ALONE: Enquanto Você Dorme (Mientras Duermes)



(Por Jabs Barros)

Muito foda! É assim que começo falando sobre o filme espanhol "Enquanto Você Dorme" (Mientras Duermes). Os fãs de suspense sabem do que estou falando. Há tempos não assisto a um filme assim, que te deixa angustiado e sem acreditar que alguém teria a capacidade de fazer tais ações. A cada cena você descobre algo que vai te deixando meio sem ar. Comecei assistindo sentado, depois, deitei, fui pro chão, virava pra cá e pra lá toda vez que o filme me surpreendia com algo. Tenso!

O que falar do elenco? Impecável com personagens bem definidos. O foco é o porteiro César e as demais histórias se entrelaçam com a dele criando toda a atmosfera sombria no filme. Com um roteiro bem simples, sem muito rebuscamento, você é capaz de se cativar pelo filme por sua linguagem ampla, porém de fácil digestão. A cada cena uma nova ideia é lançada a quem assiste a ponto de deixar os cabelos em pé. Até mesmo dos carecas.



Não sei se sou eu que fico besta com esses filmes, ou realmente é um dos melhores filmes de suspense que já assisti. Sempre fui fã do cinema espanhol, principalmente do estonteante/foda/máximo/genial/fabuloso Amodóvar. Vivo baixando filme espanhol e estou cada vez mais surpreso com os enredos e as atuações. O mais interessante é que nem sempre são grandes produções, porém, não deixam a desejar.

Para os suspenses e terror, eu tenho uma predileção, preciso me envolver com os personagens, sentir um pouco do que eles sentem para que sua trama me cause comoção. Filmes americanos cada vez mais se distanciam disso e preferem investir em grandes efeitos especiais a investir numa boa história. Rios de sangue gratuito nem sempre são bons aliados. Triste isso.



Essa é a diferença no filme: os detalhes. Não apenas detalhes da vida dos personagens, mas sim, os detalhes relevantes. As cenas que poderiam ser ações pequenas, sem muita importância, têm um impacto grande em quem assiste, tudo isso por estar inserida em um contexto que a engrandece. Os pontos que são utilizados nas câmeras não foram escolhidos aleatoriamente, foram inseridos para que possamos estar dentro do filme.

O interessante é que o porteiro ele não faz coisas ruins por fazer, ele tem seus motivos que, pra ele, são pertinentes. Em diversos momentos ainda conseguimos detectar algumas atitudes louváveis de escrúpulo que chega a ser engraçado diante de outras inaceitáveis. Filmes que têm alguma criança malvada sempre me atraem. Esse tem as suas cenas.



Já deu pra perceber o quanto eu curti o filme e nem preciso indicar que assistam, talvez as minhas observações não sajem suficientes para isso, mas quem não assistir ficará nessa eterna dúvida.

sábado, 8 de março de 2014

FOREVER ALONE: É o Fim (This Is The End)




(Por Amanda Gomes)

Toda vez que cito ou recomendo este filme para um amigo, tenho vontade de sair cantando Skyfall da Adele: “This is the end, hold your breath and count to ten...”, e, por este motivo, prefiro chamá-lo pelo título em português: É o fim. O filme foi dirigido, escrito e produzido por Evan Goldberg e Seth Rogen (Ligeiramente Grávidos). 

Seth Rogen, Jonah Hill (Ligeiramente Grávidos), Jay Baruchel (Menina de Ouro), Danny McBride (Pineapple Express), Craig Robinson (Pineapple Express) e James Franco (Graduado em Letras, estudou Cinema, Ficção e Poesia, Mestre em Literatura e Doutor em Língua Inglesa. Ah! Também atuou em Pinneapple Express), são nada mais nada menos do que... eles mesmos em this is the end (hold your breath and count to ten...). No filme, os rapazes enfrentam alguns acontecimentos catastróficos e precisam sobreviver.



O filme começa com Seth buscando Jay no aeroporto. Ambos são amigos de longa data e tudo o que Jay quer é aproveitar o tempo que vai passar com o amigo. Enquanto isso, James Franco está dando uma festa em sua casa repleta de famosos como Rihanna, Mindy Kaling, Michael Cera e Emma Watson. Seth convence Jay a ir à festa. Não muito a fim de ficar no ambiente, Jay sai pra comprar cigarros e presencia terremotos, luzes azuis descendo do céu e “abduzindo” algumas pessoas. Quando voltam a casa, Jay, desesperado, conta a todos o que viu e, lógico, todos acham que ele está drogado. Não demora muito até que os terremotos atinjam a casa e é aí que começa a loucura. Pessoas correndo desesperadas, pessoas morrendo, a melhor morte é a da Rihanna (ops! Você acaba de ter uma ejaculação precoce).



Este filme me pegou de surpresa, não imaginei que iria rir tanto com as idiotices dos rapazes. O fato de eles serem eles mesmos, vivendo uma situação apocalíptica, faz com que nós nos sintamos próximos deles. Já se imaginou vivendo algo do tipo? De repente tudo o que está escrito no livro do apocalipse começa a acontecer, e você percebe que não tem salvação porque achava que essa história de céu e inferno era balela e desrespeitou 30 dos 10 mandamentos. Então você só consegue pensar, “Holy shit (em inglês não é tão feio quanto em português)! A casa caiu!”. Eles também pensam assim e isso te deixa numa zona de conforto, pois você percebe que não é o único no mundo que tem medo do julgamento final.

Os rapazes já fizeram alguns trabalhos juntos e o “cinespectador” percebe o entrosamento deles em cada cena. Eles riem de si mesmos, de seus filmes, da sexualidade de James Franco, abusam de drogas e não têm pudor algum. A grande sacada foi “desnerdizar” Jay Baruchel, conhecido por interpretar muitos nerds em sua carreira. Outro que foi “desnerdizado” foi Michael Cera (Juno). Ele é simplesmente o cara mais chato da festa e suas cenas são bizarras. O pior momento do filme, pelo menos para mim, que sou mulher, foi ver Channing Tatum sendo escravo sexual de Danny McBride e puxado por uma coleira. Por outro lado a aparição de Emma Watson é hilária.



Se você é daqueles que consegue rir de qualquer besteira, este filme é uma ótima pedida. Se para você, filme bom tem que ser indicado a algum prêmio de cinema, nem perca seu tempo. Uma ótima oportunidade de ver bons jovens atores de comédia fazendo o que sabem fazer melhor... nada demais.

quinta-feira, 6 de março de 2014

FOREVER ALONE: A Pele que Habito (La Piel que Habito)



(Por Vivian Melo)

Mais um filme extraordinário de Pedro Almodóvar. Uma característica essencial dos filmes de Almodóvar; claro, este também possui. É que no decorrer do filme, você pensa que deduz o final possível da história, porém, ocorre uma reviravolta inimaginável. O "cinespectador" fica sem chão e totalmente atordoado com o que acabou de assistir. (Esta sensação de surpreender-se é magnífica). 

A história do filme é sobre um cirurgião plástico, Robert (Antonio Banderas) que perde a esposa. A mesma se mata, pois não aceitava ter o corpo todo desfigurado pelo fogo devido a um acidente de carro. Antes da morte da esposa, Robert fez pesquisas, experimentos para reproduzir a pele humana para transplante. 



A pele que habito é um dos filmes mais difíceis de escrever uma sinopse, pois ele é tão complexo que sempre ficará faltando algo ou algum personagem. Não é um filme linear (início, meio e fim), ele começa pelo meio da história, volta ao passado para decifrar o futuro. 

A personagem da atriz Elena Anaya (Vera) recebe a pele feita pelo Dr. Robert. Gostei muito do trabalho dessa atriz, a personagem dela é o ponto-chave do filme. Para variar, o personagem de Antonio Banderas é meio perturbado (os filmes de Almodóvar tendo Antonio Banderas no elenco, seus personagens são sempre perturbados) devido a obsessão de criar a pele perfeita. 



O que eu não gostei muito do filme foi o personagem de Eduard Fernandez, Fulgencio. Ele é o filho da empregada que trabalha na casa do Dr. Robert. Fulgencio aparece vestido de tigre devido ao carnaval. Achei meio exagerado a caracterização dele pelo papel que ele representa no filme, mas acho que isso foi de propósito.

A crítica caiu matando nesse filme, não entendi o porquê. Para mim, é um dos melhores filmes de Almodóvar (e eu assisti muitos). Só não é melhor do que Má Educação, mas isso fica para o próximo capítulo.



quarta-feira, 5 de março de 2014

FOREVER ALONE: Robocop



(Por Amanda Gomes)

Meus amigos próximos sabem que sou fã de carteirinha dos anos 80, adoro as músicas, as roupas (não as usaria, claro) e principalmente os filmes. E quem não assistiu a qualquer filme dessa década na sessão da tarde ou no cinema em casa, não sabe o que é ser feliz. Bom, neste contexto, posso garantir que fui imensamente feliz, se é que vocês me entendem. Essa enrolação toda foi pra dizer o contrário do que todos estão esperando... Não, eu não assisti RoboCop. Como assim? Calma, eu posso explicar... Siga a seta –>

Na década de 90, já que eu era muito pequena no fim da década de 80, eu, criança inocente, me deparei com um filme extremamente violento e com um herói altamente estranho: um policial feio que, exercendo sua função de lutar contra o crime, é brutalmente assassinado, vira um robô que se movimenta e fala de modo estranho, sai atirando com uma arma cujas munições nunca acabam, e pior, fica mais feio ainda. Naquela época tinha Robocop de tudo quanto é forma, filmes, série de tv, jogos e até desenho animado. Mas, eu simplesmente ignorei este “rapaz”.


27 anos da primeira aparição do “Policial do Futuro”, é lançado Robocop, só que com a direção de um brasileiro, José Padilha. O contexto é basicamente o mesmo, num futuro (qualquer, para o 1º filme, e 2028, para o 2º), a cidade de Detroit está tomada pelo crime. Em meio a isso, o policial Alex Murphy é ferido (ou morto, depende do filme), salvo pela OmniCorp, que usa sua ciência robótica para tal, e se transforma num ciborgue responsável por combater o crime e blá, blá, blá.

Bem, não poderia falar sobre o RoboCop de Padilha, sem assistir (agora sem medo) o RoboCop de Verhoeven. Em épocas diferentes, os problemas sociais e políticos retratados são um pouco diferentes. Se em 1987 tínhamos um EUA futurístico, sem tv’s de plasma, smartphones e ultrabooks, à beira de um colapso e incapaz de promover a segurança pública sem a participação de instituições privadas, em 2014 temos um EUA, pós 11 de setembro, soberano, tecnológico e globalizado. 

Verhoeven abusa da violência e frieza, a cena da execução de Murphy, por exemplo, é revoltante. Quando Murphy se torna RoboCop, sua humanidade desaparece completamente, até o momento que encontra sua antiga parceira, Anne Lewis. Esse encontro faz com que parte de suas lembranças sejam recobradas, desencadeando uma série de eventos através dos quais se desenrola o filme. 



O RoboCop de Padilha é caveira! Com direito a uniforme do BOPE e tudo. Brincadeiras a parte, as histórias são semelhantes. Poderia até dizer que Padilha, que também escreveu o roteiro de Tropa de Elite, se inspirou em RoboCop para construir o Tropa e não o contrário. Diferentemente do de Verhoeven, a família de Murphy é muito presente, o que torna a primeira metade do filme muito cruel. Ele não morre, e a decisão de torná-lo um ciborgue fica nas mãos de sua esposa.

A mídia é muito presente nos dois filmes. Mas no RoboCop do futuro, a mídia é extremamente tendenciosa. Tão comum no nosso dia-a-dia, não? Samuel L. Jackson é Pat Novak, apresentador do The Novak Element e defende veementemente o uso de robôs no controle do crime. Os robôs já representam os EUA nas guerras ao redor do mundo, por que não combater a guerra contra o crime dentro de casa? Mas é mais fácil convencer as pessoas de que isso é positivo se o robô se parecer com um humano, com sentimentos humanos como compaixão. 



Ambos os filmes são excelentes, cada um no seu quadrado. Se você é fã do RoboCop de 87, há 90% de chance de você não curtir o novo. Se você é fã de Tropa de Elite, há 90% de chance de você curtir o RoboCop versão 2014. Ambos trazem críticas sociais e políticas capazes de gerar momentos de reflexão, mas uma coisa eu garanto, assistir RoboCop com os efeitos especiais de hoje, não tem preço.

O Globo Gira. Não Houve Trapaça?


terça-feira, 4 de março de 2014

FOREVER ALONE: Antisocial



(Por Jabs Barros)

Eu poderia considerar o filme ruim, mas é preciso muitos pontos negativos para eu fazer isso. Apesar de fraco, o filme tem uma mensagem muito forte e, por mais que muitos falem mal, o filme tem pontos relevantes. Não são poucos os filmes que falam sobre redes sociais, da perda de tempo e da falta de convívio social que elas podem trazer à vida das pessoas. Entretanto, esse filme traz uma abordagem bastante diferente para o tema.

"A vida privada é de conhecimento público". Uma das grandes frases de efeito do filme. Expor-se demais é algo que nem sempre surte um efeito positivo, todos sabem, mas as pessoas têm extrema necessidade em mostrar-se ao mundo. Antisocial (título original), (os atentos à nova ortografia, ao traduzir, escrevam "antissocial"), é um filme de terror que mostra como agem as redes sociais na vida das pessoas, como se fossem um "prolongamento" de nosso corpo, de nossa mente.

Achar que o diretor cometeu excesso é um ponto de vista. Posso até concordar, mas acredito que tudo foi de propósito, bem como a escolha do gênero. Famílias, amigos, colegas de trabalho durante vários momentos no dia a dia, todos conectados, ao invés de conversarem entre si, os novos celulares à mão é a melhor companhia. Eu não vi gênero melhor. Isso é terrível. É um terror. Criar um mecanismo para descobrir o que as pessoas mais gostam e o que faria elas ficarem mais tempo conectadas, é a busca incessante dessas redes. Nada como criar um vírus que atinja a região do cérebro responsável por essa dependência às redes. É meio louco, mas é bem pertinente.

Para que eu me sinta parte do mundo é necessário que eu esteja conectado. Tudo o que faço as pessoas precisam ter conhecimento em tempo real, caso contrário, eu não fiz ou não aconteceu. Por mais bizarra que seja essa nova leva de zumbis, temos que dar o braço a torcer que foi algo original. Tudo diferente do que existe por aí. A humanidade perdeu o senso do contato físico, cara a cara, e o fato de não se ter uma rede social, significa que não se pode manter algum tipo de contato. Em um determinado momento do filme, uma das personagens nem consegue entender como isso é possível.



(SPOILERS)

O ponto mais "sem noção" e mais importante do filme, pra mim, é o momento em que eles percebem que os olhos dos mortos são, ao vivo, suas páginas sociais, como se fossem câmeras. As pessoas não veem mais o mundo com os seus olhos, com suas vontades, mas sim, com os olhos que as pessoas irão te analisar. A forma como estarei nas redes sociais é a mais importante, o que nem sempre condiz com quem eu sou, mas o que me transformei.

E, claro, teve o momentinho "broxada" do filme. Acredito que ninguém enfiaria uma furadeira na própria testa e não diria, pelo menos, um "ai". Pois é, nossa guerreira heroína do filme conseguiu essa façanha. Nem doeu. Outra merecem destaque como, por exemplo, a gravidez da personagem principal que não teve conexão com o enrendo. Bem como o final que quase pareceu com "Resident Evil" numa versão paupérrima.

No mais, acredito que pelos motivos supracitados o filme já merece ser assistido, por mais tosco que seja, isso não significa que ele não mereça a nossa atenção. As atuações não são tão ruins assim, já vi filmes tido como bons titubear nessa parte. As locações não são muitas, quase tudo se passa em uma casa, mas foi bem escolhida. Como eu disse, poderia ter sido melhor, pois a ideia é nova, viaja demais na maconha, mas não é ruim. Talvez outro diretor trouxesse uma beleza diferente ao filme. Mesmo assim, ele tem meu "like".

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

FOREVER ALONE: A Mulher Invisível



(Por Jabs Barros)

A Mulher Invisível é um filme que consigo rir muito, porém, não gostei muito. Meio contraditório, mas posso explicar. O ato de rir de algo, nada tem a ver com o fato de gostar. Eu posso rir de uma queda, de alguém com o penteado feio, maquiagem de palhaço... enfim. Quando vi a sinopse, pensei: "esse filme me fará rir muito (Selton Mello no elenco)  e terá um final interessante (Roteiro de Cláudio Torres, filho de Fernanda Montenegro e, obviamente, irmão de Fernanda Torres"). Estava errado.

Luana Piovani não consegue me convencer em seus trabalhos, mas confesso que a personagem até que combinou com ela. Selton Mello é o nosso Jim Carrey brasileiro nas comédias, mas que também consegue nos emocionar (Vide "O Palhaço"). Nem sempre ele acerta nas companhias para seus filmes (vide também "Billi Pig"). A Mulher Invisível é, pra mim, o tipo de filme que você quer fazer um "remake". Você não consegue aceitar a forma como uma ideia comum, mas interessante, pôde ficar comum e mal encaixada ou finalizada de forma muito óbvia.

Começo falando de Maria Manoella, uma ótima atriz que merecia um destaque bem, mas bem maior mesmo que Luana Piovani. O filme tem o foco em cima da história de Pedro e Amanda, mas você torce o tempo inteiro pra que o foco seja "a vizinha" Vitória.

O filme poderia ter sido mais interessante se abordasse "A Mulher Invisível" de uma forma que o telespectador tivesse dúvidas sobre quem realmente fosse. Mas de cara, é óbvio que essa é a Luana Piovani, já tira uma parte da graça. E depois, mesmo após revelar quem seria ela, ele poderia mudar a conotação do filme, A Mulher Invísível seria a própria vizinha que nunca foi observada pelo mesmo, sempre foi a verdadeira MULHER INVISÍVEL. Real, mas que nunca fora notada. "Ah, mas eu acredito que o filme queria mesmo mostrar isso". Sério? Não percebi, devo ser bem lerdo. A única coisa que percebia era o filme querendo puxar os holofotes para LU PIO o tempo todo.



Em alguns momentos eles até tentam encaminhar para esse lado mais dúbio da história, mas logo se perde em seu próprio emaranhado. Há bons conflitos de relacionamento. O filme mostra de forma engraçada a realidade de muitos casais, usando algumas frases de efeito, já outras bem machistas, porém, não menos engraçadas. Acredito que o roteirista que é o diretor e o grande faz tudo do filme se envolve demais, sua ideia fica bem limitada. Às vezes faz bem uma segunda opinião. Pode ter sido nesse ponto que o filme tenha perdido suas possibilidades de encantar o público.

É fato que o cinema brasileiro melhorou e muito os últimos anos, mas também é fato  que a montagem e edição dos filmes ainda pecam muito. Onde está o interesse em fazer o telespectador se surpreender com ideias e reviravoltas inesperadas? Apenas eu gosto de ser enganado nas tramas dos filmes? Creio que não. Não achei o filme ruim, mas não gostei muito, porque é triste quando você quer mudar algo por não achar coerente ou muito óbvio. Mesmo assim daria uma boa nota, mas não é um filme que eu gostaria de assistir de novo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

FOREVER ALONE: O Sistema (The East)



(Por Vivian Melo)

"Olho por olho, dente por dente" - Código de Hamurábi.

Um grupo de "rebeldes" começam a se vingar das megaempresas que violam leis, ocasionando perigo à população e/ou ao próprio planeta. Uma indústria farmacêutica fornece um antibiótico que causas sérios efeitos colaterais não relatados na bula. Como consequência, pessoas que tomam o remédio ficam com sequelas cerebrais entre outras coisas. Este grupo entra disfarçado numa festa privada com todos os funcionários de alto escalão, coloca o remédio em todas taças de champanhe e todos tomam. Eles filmam tudo e postam na internet, fazendo um desafio: se realmente o remédio não causam essas sequelas, ninguém da festa ficará doente. Porém, uma pessoa fica. A empresa é multada e o remédio é tirado de circulação. 

Observando o poder que o grupo tem, os empresários contratam uma empresa de espionagem para descobrir tudo sobre o grupo e pará-los. Sarah Moss (Brit Marling) é designada para este serviço. Ela consegue ser aceita e se torna um componente do grupo. Ela realizará sua missão ou se renderá as causas do grupo?

A ideia do filme não é inovadora, abordar grupos/sociedades secretas com sede de justiça. O que o diferencia é a atitude do grupo em agir de forma inteligente, chamando a atenção de todos e dando uma solução imediata para o problema, fazendo os culpados assumirem os seus erros e mostrando que eles sabiam o que estava acontecendo, mas só visavam o lucro.



O desalento está no jeito que o grupo é abordado, como se fosse uma seita de um bando de loucos, sem fundamentos ou objetivos, constituídos por pessoas que não tinham nada de melhor para fazer e resolveram criar o grupo. Mas os participantes são muito conscientes e se importam com o que acontece no mundo.

No filme tem críticas a sociedade; a maneira que nos comportamos (passivamente) aos absurdos; a falta de respeito à natureza, aos humanos mais necessitados, à vida. O filme é bom, ele nos faz refletir sobre tudo que foi citado anteriormente. A história foi bem relatada e fácil de compreender, sem vazios. O elenco do filme é plausível, tem Ellen Page, Brit Marling, Alexander Skarsgard, Patricia Clarkson, etc. Todos conseguiram interpretar o que o seu personagem exigiu. 

Enjoy!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

FULERAGENS: Ninfomaníaca (The Nymphomaniac)


CINE MÉNAGE: Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire)



(Por Jabs Barros)

Devo começar falando que o filme é uma adaptação de um livro, que por esse fato já desperta o interesse de muitos. Todo mundo é crítico de filme que foi baseado em um livro e quase sua totalidade de observações apenas frisam que: "Gostei do livro. Do filme não". Uma vez que os suportes para se contar uma história são diferentes, as observações e a forma como ela será contada também será diferente. Nunca esperem ver no cinema o deslumbre que você imaginou, com sua mente fértil, ao ler o livro. Ponha menos adubo, vá com menos expectativa e conseguirá ver com bons olhos o que o diretor tentou focar.

Porém, essa obervações negativas não colam muito nesse filme. A maioria das pessoas que leram o livro, conseguem também gostar do filme, concordando que o direcionamento foi bem aplicado nos dois suportes. Eu, particularmente, sou muito fã do filme, está em minha lista de filmes de vampiros como o segundo melhor, pois o primeiro é "Drácula de Bram Stoker". O motivo? Francis Ford Coppola consegue utilizar grandes recursos de imagem para mostrar batalha e situações de suspense que dão um toque mais sombrio ao filme. Sem falar que o enredo é bem mais complexo e bem aplicado em cenários que levam o telespectador a viajar naquela época.

Entrevista Com o Vampiro é um filme que fala sobre perdas, solidão e medo do futuro. Tudo muito bem representado pela fantástica interpretação doa atores que dão vida de forma magnífica a seus personagens. Desde os principais, aos coadjuvantes. Todos impecáveis. Tudo característica humana, porém, mostradas com vampiros. O homem nasce e, ao longo de sua vida, precisa tomar muita decições. A maioria delas não estão de acordo com seus prazeres, e sim, com a convenção social de que as pessoas precisam se enquadrar. Perdemos coisas, pessoas, muitas vezes estamos sozinhos, mesmo rodeado de pessoas, mas sozinhos para tomar decisões difíceis, pois tudo o que fazemos hoje são incertezas do que virá amanhã.

Os novos filmes de vampiros tentam sempre trazer algo novo para o gênero, porém, a aceitação pelos apreciadores mais antigos não são as melhores. Vampiro que é vampiro desintegra, vira cinza em contato com os raios do sol, não brilha. As novas gerações são as que mais apoiam essas novidades. Esse filme já traz algumas novidades com relação a crucifixos, estacas... mesmo assim não perde a sua beleza vampiresca que faz dele um dos melhores de todos os tempos.

Uma cena impressionante e que vale a pena frisar, é o momento em que Lestat transforma Louis em vampiro. Ele escolhe um homem que havia perdido bens e pessoas, um homem que já não se conhecia e não se sentia parte daquele mundo para tranformar em vampiro, para dar uma nova oportunidade. Após a tranformação, a primeira coisa que Lestat pede é que Louis olhe com seus olhos de vampiro. Um novo olhar, uma nova perspectiva sobre as coisas. É a busca humana. É querer descobrir novas formas de se viver, sair da rotina. É trazer inovação para o seu dia a dia e descobrir novos motivos sempre. Mas será que isso é bom? Para os homens, talvez. A vida é curta e tudo tem que ser bastante aproveitado. E para quem vive eternamente? O novo é a mudança, mas logo depois vem a perpetuação da mesmice. Aí advém os problemas. Por mais benéfica que seja uma escolha, novas escolhas, novos caminhos virão e nem sempre são os mais agradáveis. Louis agora precisaria matar pessoas, por mais árduo que seja, era um mal necessário. Instintivo.

As pessoas procuram fingir sobre si mesmas. Mostrar aos outros o que não são, mas o que eles querem que elas sejam. Isso fica evidente em um diálogo onde Louis diz que os escravos sabem sobre eles, pois veem eles comendo em pratos e copos vazios. Uma prática que eles fazem apenas para manter a tradição de estar todos à mesa. Uma cena parecida pode ser percebida em uma série americana chamada "In The Flash". Um filho tenta retornar à sua vida após se tranformar em um zumbi, toma remédios que tira todo o seu instinto selvagem, mas que não o fará voltar a comer frutas ou verduras. Mas ele senta à mesa e finge comer apenas para agradar aos pais. É típico do homem viver em prol dos outros.

Ponto alto do filme, na minha humilde opinião, é a passagem da garotinha Cláudia. Ela mostra que a maturidade está além de mudanças físicas. Uma adulta condenada a viver por toda a eternidade em um corpo de criança. Todos os questionamentos de uma criança ao atingir a puberdade não estão presentes, porque as mudanças no corpo não existem. Ou seja, tudo é inverso. Eu não quero saber o porquê de ter menstruado ou adquirido seios, eu quero saber o porquê disso não acontecer comigo. E as reviravoltas são as mais impressionantes em torno do tema. Porque é nela que a busca pela descoberta de si mesmo está mais focada quando todos vão ao "novo mundo" em busca dessas respostas. É quando entra Armand, Antônio Banderas.

Paro por aqui, pois o filme ainda tem tanta coisa pra mostrar e na metade dele eu ja tenho informações suficientes para mostrar que esse será eternamente um clássico que merece um espaço em nossos arquivos de filmes.



(Por Vivian Melo)

Este filme é baseado em um livro de mesmo título de uma escritora americana, Anne Rice, e a mesma escreveu o roteiro. Não li o livro, então não haverá comparações, só estou observando o filme. O filme é sensacional. Aborda a crise interna ou existencial, os "porquês" da vida de um vampiro. Uma semelhança ou puramente igual aos "porquês" dos seres humanos. 

O personagem principal chama-se Louis, interpretado pelo ator Brad Pitt, perde sua mulher devido a complicações no parto. Ele fica totalmente perdido e sem vontade de viver. Então, notando essa descrença na vida, o vampiro Lestat (Tom Cruise) oferece uma escolha, a morte ou a transformação. Louis escolhe a transformação. (Nessa parte do filme, o espectador se pergunta: Por que ele escolheu a transformação se o seu desejo era a morte?)

Depois da escolha feita, Louis é transformado em vampiro e se arrepende. Não quer se alimentar de humanos, fica lutando contra a sua própria natureza. Procura sobre a origem dos vampiros, quem os criou, se são diabólicos ou divinos. Sempre em busca de respostas que não terá. "você reflete a decepção, um vampiro com alma humana" (Armand, o vampiro mais velho do mundo, fala para Louis).

É excitante, contagiante ver um filme com uma ótima estória, mostrando os vampiros de forma tradicional, com cenários obscuros e a forma de "caça" dos vampiros, sendo realizada pelo uso do poder, do seu status na sociedade e da sua sensualidade para atrair as "presas".

A melhor atuação de Kirsten Dunst e de Tom Cruise que eu já assisti. Tom Cruise interpreta um personagem sarcástico, egocêntrico, instintivo... Um vampiro clássico. Kirsten interpreta uma criança vampira que questiona o porquê de não se tornar uma mulher adulta, de não ser uma pessoa normal. 

O momento êxtase do filme é a música "Sympathy For The Devil" do Rolling Stone tocada pelo Guns N' roses. A música é perfeita para o filme, foram feitos um para o outro.

Enjoy!



(Por Amanda Gomes)

Crepúsculo é um filme baseado num livro... Ops! Filme errado. Antes que eu seja criticada pelos fãs de Entrevista com o Vampiro e seguida por centenas de adolescentes fãs da tão melosa saga... NÃO, definitivamente NÃO, estou comparando os dois. Mas tenho certeza que em algum momento, enquanto estava criando seus vampiros que, diga-se de passagem, não mordem ou sugam, Stephenie Meyer pensou em Entrevista com o Vampiro. 

O que quis dizer com toda essa introdução é que este filme marcou o cinema no que diz respeito a estes seres. Vampiros são seres mitológicos que se alimentam da vida dos seres vivos, através do sangue, Desde o inicio do cinema, filmes sobre esses seres veem sendo produzido, Nosferatu de 1922 já contava a história desses seres. Tá, mas onde é que entra a historia de ser “um marco na história do cinema”? Simples, se antes a maioria dos filmes retratava os vampiros como seres horripilantes, quase zumbis, depois de entrevista com o vampiro, estes seres se tornaram atraentes, sociáveis e desejáveis. 

Isso foi acentuado pela presença de Tom Cruise, Brad Pitt e Antônio Banderas. Cara, eu tinha uns 10 anos quando assisti esse filme pela primeira vez e a única coisa que consigo me lembrar é como eu achava eles lindos e sensuais.
Foco... foco... foco...

Embora se passe, em grande parte, no século 18, a entrevista é no final do século 19. A cena inicial do filme é bem clássica de filmes dos anos 90, pessoas caminhando na rua, encostadas nas paredes dos prédios, atravessando faixas, fumando e loucos falando sozinhos. O que diferencia essa cena de um filme para outro é o horário, se o dia está claro ou se é noite, e a trilha sonora.

Bom, o filme conta a historia de Louis, um vampiro criado por Lestart. Se por um lado Lestart acredita que deu a “vida” a Louis, este acredita estar condenado ao inferno e vive uma crise existencial de recém-criado, muito retratada nos filmes e séries sobre vampiros deste século. O “piti” de Louis dura o primeiro terço do filme e nos da a oportunidade de ver uma das melhores interpretações de Tom Cruise que chega a babar de tanto ódio em um acesso de raiva.

Embora Lestart não tenha escrúpulos e seja extremamente egoísta, aparentemente ele cria Louis visando ocupar uma pequena lacuna em sua existência sem sentido. Ele quer ensinar, dar a alguém a oportunidade que ele não teve, de aprender a viver como vampiro. Cria um vampiro para se satisfizer, porém se sente extremamente frustrado quando percebe que seu novo amigo não quer beber sangue humano e se alimenta de animais.

Em uma atitude desesperada, cria Claudia, uma menininha para compor a família feliz de vampiros e dar sentido a vida de Louis. Kristen Dunst criança, que é mil vezes melhor que a Kristen Stewart adulta (juro solenemente que vou parar de mencionar crepúsculo quer seja direta ou indiretamente), dá um show de interpretação como a vampirinha maliciosa e ardilosa que se torna, 30 anos depois, a perdição de Lestart.

O filme é um ótimo manual para aqueles que querem fazer filmes sobre vampiros de verdade, que se alimentam de sangue de seres humanos, que são cruéis, dormem em caixões e queimam no sol, para os vampiros contemporâneos, que querem sobreviver na cidade aprender a se comportar sem ser identificados, para as adolescentes que estão esperando um vampiro cruzar seu caminho e se apaixonar (só que não mesmo!), e uma ótima diversão para as pessoas normais que curtem filmes de qualidade.



FOREVER ALONE: Assunto de Meninas (Lost and Delirious)



(Por Amanda Gomes)


“Farei uma cabana de salgueiro em teu portão. E meu espírito entrará em tua morada. Comporei canções de um amor proibido... e cantarei insistentemente até mesmo na calada da noite. Gritarei teu nome, para que as colinas ressoem... e transformem o balbuciar do vento em um grito: Victoria!”



Lost and Delirious é um filme canadense de 2001 que conta com, as ainda novinhas, Mischa Barton (só me lembro dela em The O.C.), Piper Perabo, que na época era conhecida pelo filme Show Bar, e Emily VanCamp, da série Everwood. O filme conta a história, de Mouse, Tori e Paulie. Mouse (Mischa Barton) é levada por seu pai e sua madrasta para um colégio interno onde conhece Tori (Jéssica Paré) e Paulie (Piper Perabo). E embora, a principio, Mouse se sinta um tanto confusa com relação ao nível de intimidade de suas colegas, as três criam fortes laços de amizade. 



Quando vi na legenda o nome dado em português ao filme “Assunto de meninas”, imaginei que este era mais um filme de menininhas falando de garotos, roupas, cabelos, bailes e popularidade, além do mais, na época, as atrizes tinham rostinhos que cabia direitinho na capa de qualquer revista adolescente. E minha suspeita parecia confirmada quando, logo no inicio do filme, nos é apresentada a narradora-personagem Mary, a menina inocente que perdeu a mãe e está se sentindo “...um rato cinza indo direto para a boca do gato” .





Enganei-me completamente. À medida que os minutos vão passando, você se dá conta de que o filme não é nada disso, ele sequer faz menção a qualquer assunto comum de menina. O telespectador vai se deparar com conflitos adolescentes, romances e rejeição. No entanto não sabia dizer se os romances surgem em meio aos conflitos resultantes da rejeição ou se os conflitos surgem por medo da rejeição resultante do romance. Mero ato de rebeldia adolescente ou amor verdadeiro? 



É perceptível, com o decorrer do filme, que a narradora personagem está lá para ser o mar tranquilo por baixo do tsunami, com quem o telespectador “normal” se identificará. No tsunami, encontramos Paulie, a rebelde e loucamente apaixonada, e Tori, a garota perdida de uma família perfeita para os padrões americanos. Esta se sente obrigada a abandonar seu grande amor por medo de perder sua família.



Muitos filmes tratam homossexualidade como algo alegórico e unicamente sexual. Lost and Delirious é um filme sobre homossexualidade, e, esses filmes são, na maioria das vezes, cruéis e dramáticos. A adolescência é uma fase extremamente difícil, e é mais difícil ainda quando vem acompanhada de amor, amor proibido e amor proibido perdido “...Devo permanecer nesse mundo estúpido que, sem você, não valerá mais que uma pocilga?” 



Se pudesse definir este filme com três palavras, diria que ele é intenso, cruel e épico. Com uma trilha sonora incrível, mesmo sem ter uma trilha sonora lançada, foto de Ernesto "Che" Guevara na parede de Paulie, e citações de Shakespeare, traduzindo em palavras bonitas os sentimentos das personagens, Lost and Delirious é mais que um filme, é uma obra de arte. 



Não posso finalizar sem comentar o que, pra mim, é o melhor momento filme, onde Mouse explica os sentimentos de Lady Macbeth, personagem de Shakespeare. Segundo Mouse, Macbeth quer criar coragem, fazer o deve ser feito, mas tem sentimentos e se importa. Macbeth queria ser como os homens, pois eles não se importam. Talvez, o título em português traduza o sentido real do filme, afinal, quem nunca, numa roda de meninas, desejou ser homem e não sentir nada?


FOREVER ALONE: À Beira do Abismo (The Big Sleep)




(Por Jabs Barros)



O filme é ótimo pra quem busca diversão e um bom momento de lazer. Cheio de mistérios onde os cadeados vão se abrindo ao longo da trama, mas sem pressa. O suficiente pra te deixar aguçado e tentar descobrir todo o suspense antes que tudo seja revelado. A linguagem é leve e interessante a todas as tribos. Os atores são bons, apesar que o filme não exige muita coisa deles, cenas bem habituais.



O ponto alto do filme, na minha opinião, é a crítica (batida), mas feita de forma irreverente aos meios de comunicação, mais precisamente à imprensa. Bem como ao comodismo humano e a banalização da vida humana que já foi mostrada em diversos filmes como "O Show de Truman", "Ao Vivo", e muitos outros.



As pessoas vibram quando percebem que haverá uma morte. Largam seus afazeres para descobrir o próximo capítulo daquela novela real que pode ter um final feliz e sem graça, ou um final triste e com muita emoção.



Uma das personagens do filme é uma jornalista que em uma de suas poucas falas diz mais ou menos assim, a respeito do personagem principal que deseja cometer suicídio: "Será que ele é vítima de alguma ex ou da bolsa de valores?" (Mais ou menos isso, não lembro bem). Um homem está prestes a pular de um prédio e ela ainda tem tempo pra fazer piadas. Sem falar na preocupação com a sua imagem em rede nacional, no tocante à sua maquiagem.





Outra cena bastante engraçada é quando o helicóptero da emissora de TV chega perto do suicida, quase derrubando o mesmo. A polícia, todas as autoridades não podiam chegar perto, pois estava acontecendo uma negociação para a desistência do suicídio. Mesmo assim, a imprensa quase derruba o suicida pra fazer um furo de reportagem.



Isso mostra que o nível de intromissão nos problemas mundiais não tem limite partindo da imprensa. Ela muitas vezes pode atrapalhar o andamento do fluxo normal das coisas. Criada para informar, bem como entreter, hoje, o entretenimento que a imprensa traz é com as desgraças. Quanto mais desgraças, mais as pessoas vibram e dão audiência.



Quem desejar descobrir tudo sobre o filme, não se arrependerá. Pode assistir. Não é a melhor coisa do mundo, mas você não terá sentimento de que seu tempo foi perdido.



Bom filme!